segunda-feira, 8 de outubro de 2012

“Geraldo Vandré – a vida não se resume em festivais”: de Dalva Silveira





“Geraldo não foi preso nem foi torturado. Mas para um cara como ele, se lhe tivessem arrancado três unhas, dado choques elétricos, teria sido menos grave do que a castração de seu espaço artístico. O exílio para Geraldo foi enlouquecedor. O Geraldo era fruto de uma vontade ferrenha de ser um artista popular, no sentido de reformular as expressões culturais do povo e entregá-las de volta. Deu a vida dele para isso, entregou-se totalmente à sua arte.”

(Depoimento de Nilce Tranjan, primeira esposa de Geraldo Vandré a revista MPB Compositores)

 

Geraldo Vandré é um mistério. Ganhador do primeiro lugar no II Festival de Música Popular da TV Excelsior, em 1966 com “Porta Estandarte”, parceria com o maestro Fernando Lona, até a consagração com o segundo lugar no III Festival Internacional da Canção, com “Pra não dizer que não falei das flores”, no qual Chico Buarque e Tom Jobim venceram embaixo da vaias com a belíssima “Sabiá”, também política, porém pela letra mais metaforizada, não teve entendimento do público. A perseguição e o exílio, depois a volta e o ostracismo, voltando a ser apenas o advogado Geraldo Pedrosa de Araújo Dias. Dono de uma sensibilidade humanamente artística, compôs canções para a MPB (ele nunca aceitou a posição de cantor de protesto) como “Disparada” parceria com Théo de Barros, empatada em primeiro lugar no II Festival de Música Popular Brasileira em 1966, com uma emocionante interpretação de Jair Rodrigues; antes, em 1965 havia composto a trilha sonora do filme “A hora e a vez de Augusto Matraga” , do diretor Roberto Santos, baseado num conto de Guimarães Rosa, Vandré fez história e desapareceu, deixando uma lacuna enorme no tempo e na história da nossa Música Popular Brasileira.

E justamente para suprir a falta de algo mais acessível ao público sobre o compositor, a escritora Dalva Silveira lançou pela Fino Traço Editora o livro “Geraldo Vandré – a vida não se resume em festivais”.

Neste estudo sobre Vandré, a escritora desnuda a figura mítica de artista, porém com um profissionalismo ao extremo, sem deixar transparecer sua opinião pessoal, deixando que o leitor tire suas próprias conclusões.

Dalva diz que escolheu o tema em função de motivações pessoais – é admiradora da música de Vandré, que ouvia em casa quando criança – e da possibilidade de dar a elas um âmbito mais amplo, político, histórico e social. “Sempre me tocou muito a música do Vandré, e também os boatos, depois que ele voltou do exílio, de que estava louco, tinha sofrido lavagem cerebral. Quando entrei no curso de história, na UFMG, me reencontrei com aquele período e quis falar dele, a partir do Vandré”, aponta.

O titulo veio do famoso discurso de Vandré sobre as vaias a música “Sabiá” de Chico e Tom, o qual é reproduzido no livro. Vejamos abaixo:

“Olha, sabe o que eu acho? Uma coisa só... mas Antonio Carlos Jobim e Chico Buarque de Holanda mereceu nosso respeito (aplausos). A nossa função é fazer canções. A função de julgar, neste instante, é do juri que está ali (vaias)... Um moment! (mais vaias, longas)... Por favor, por favor, (mais vaias)... E tem mais uma coisa só. Pra vocês, pra vocês que continuam pensando que me apoiam vaiando. (“É marmelada, é marmelada, é marmelada”) Olha tem uma coisa só. A vida não se resume em festivais.”

Para escrever seu livro, Dalva Silveira analisou 68 matérias de revistas e jornais publicadas entre 1966 e 2009 e se propôs a descobrirm até que ponto a imprensa brasileira contribuiu para a construção do enigma em torno do compositor. Para a escritora, a imprensa contribuiu sim, para a criação do imaginário sobre a vida pós “Caminhando” do compositor Geraldo Vandré. Entretanto esses fatos o transformaram em mito.

Geraldo Pedroso de Araújo Dias Vandregísilio  nasceu em 1935, em João Pessoa, na Paraíba. Adotou o nome artístico de Geraldo Vandré em homenagem ao seu pai, José Vandregísilio. Começou a carreira na década de 1960 e ficou famoso por canções  como “Disparada”, “ Porta-estandarte”  e” Pra não dizer que não falei das flores”, que se tornou hino contra a ditadura militar. Foi obrigado a deixar o país em 1969. Quando voltou, parecia demonstrar novas opiniões em relação à política. Deixou de criticar os militares e fez a música “Fabiana” em homenagem à Força Aérea Brasileira (FAB). Abandonou os palcos e se transformou no enigma da MPB.

Dalva Silveira é natural de Belo Horizonte\MG. Graduou-se em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e concluiu a sua especialização em Ensino Técnico, pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET\MG). Posteriormente, defendeu o seu mestrado em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC\SP). Atualmente é funcionária da Rede Particular de Ensino de Belo Horizonte\MG.

“Geraldo Vandré – a vida não se resume em festivais” é um livro necessário para quem quer conhecer melhor uma boa parte da história da nossa MPB, para quem admira Geraldo Vandré e mais urgente ainda, para quem precisa aprender a compreender o ser humano com todos os seus erros e acertos.

Contatos com a autora: dalvasilveira@yahoo.com.br – (31) 9745.6939.

domingo, 13 de maio de 2012


“Batalha dos Anjos”, um romance educativo e envolvente



Gilson Pinheiro, autor de Lendas Sagradas” (Editora Novo Século) e dessa Batalha dos Anjos é um escritor e pesquisador minucioso, sua pesquisa é tão apurada que a impressão que se tem é que ele vivencia tal realidade  e conhece de perto o conteúdo que relata.   Em “Batalha dos Anjos” (Editora Novo Século) cada informação é meticulosamente explicada. Um romance surpreendente. O livro de 312 páginas, apresenta características de alguns romances espíritas psicografados, ressalto, entretanto que o autor pelo que me consta,ão é seguidor da doutrina espírita.

Romance que em determinados momentos nos parece surreal traz em sua narrativa lições, que nos ensinam a filosofia do bem.

Como um bom livro policial – mesmo que seu autor não se proponha a isso – , mesclando fortes paixões, o livro desperta a curiosidade do leitor e o leva a ter necessidade de sempre virar a próxima página.

“Batalha dos Anjos” narra sobre uma seita intitulada Nefilin  e seus membros que queriam abrir uma “porta” no dispositivo LHC a fim de libertar seu suposto “Deus” Azazel. Mas para isso haveria a necessidade de um médium com poderes físicos. É aí que essa história toda começa a tomar rumo no Brasil, mais precisamente em Goiania, centro-oeste do país. Os membros dessa seita precisavam do único médium no mundo capaz de liberar o suposto deus Azazel para a humanidade. Numa brincadeira nosso herói ao mostrar seus “truques de mágica” acaba atraindo maus espíritos, o que leva a seita a descobri-lo. Daí que por obra do destino, Henrique acaba conhecendo Francisco, um médium que se torna seu grande amigo. Ao ser convidado para passar um tempo no Templo da Fraternidade, ele aceita e lá, num retiro espiritual conhece Leila, moça pura e casta e os dois se apaixonam. Bem, chega de contar a historia, senão o possível leitor que está lendo este comentário perderá o interesse pela leitura dessa “Batalha dos Anjos”.

Se em “Lendas Sagradas”, livro de estreia de Gilson Pinheiro ele já se mostrava um autor que tecnicamente buscava a perfeição, por fazer uma literatura enxuta e antes de tudo, informativa, este “Batalha dos Anjos” vem definitivamente colocar seu autor no patamar dos grandes escritores contemporâneos brasileiros e com um detalhe importante: é um autor novo, estreante. Este é antes de tudo, um romance educativo e envolvente e que nos deixa como ensinamento que antes de pensarmos em cometer nossas vinganças por mágoas pessoais, devemos pensar em fazer a coisa certa, procurando justiça sem necessariamente cometermos atos ilícitos.

Gilson Pinheiro é natural de Belo Horizonte. Filho da ex vereadora Conceição Pinheiro, é músico e historiador e agora nos mostra seu lado escritor.
Contatos: gilson.cia.ltda@bol.com.br

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

“Samba Sambá Sambô” Thelmo Lins resgata Pirulito da Vila





























Minas muito surpreende no que diz respeito a criações artísticas. O mais surpreendente, entretanto, é o inusitado. Dizem que o samba nasceu no Rio de Janeiro e lá estão os melhores sambistas brasileiros. Com o pensamento no saudoso Ataulfo ressalto, portanto, sem receios, que na cidade de Itabirito, interior mineiro mora uma das maiores revelações do samba em nosso país. Trata-se de Pirulito da Vila, que não é da Vila Isabel e sim de outra Vila e que produz sambas tão geniais os quais, imagino que, se o Poeta da Vila, Noel Rosa, vivo estivesse, possivelmente com o Pirulito uma parceria teria.
Gravar um disco exclusivamente dedicado a um compositor não consagrado é sempre uma ousadia. É preciso coragem para acreditar no talento alheio. E foi o que o cantor e compositor Thelmo Lins, nome respeitado no cenário musical brasileiro acaba de fazer. Com sua sensibilidade artística e humana soube tão bem resgatar a genialidade de um sambista do interior mineiro, um verdadeiro cronista de sua época, reproduzindo em verdadeiras pérolas musicais, o cotidiano daquilo que observa. Seu samba me lembra os áureos tempos do samba de outrora, década de 20 e 30, sambas que nos pegam de surpresa. Como sempre, a competência de Thelmo Lins fez de “Samba sambá sambô” um dos melhores trabalhos fonográficos que surgiram no campo musical nestes últimos anos. Trabalho impecável, músicos profissionais, uma excelente produção.
O sambista Pirulito da Vila é natural de Itabirito (MG), cidade na qual iniciou sua carreira como ritmista e mestre de bateria e atualmente integra o grupo Cachaça com Arnica, para o qual compôs vários sambas.
“Samba sambá sambô” foi gravado no Estúdio Giffoni, tendo a concepção e escolha de repertório sob a responsabilidade de Thelmo Lins, direção musical e arranjos de Danilo Abreu, técnicos de gravação: Fernando César Cabrito e Fabrício Galvani, mixagem e masterização de Fabrício César Cabrito e preparação vocal de Regina Milagres.
Composto de doze músicas entre sambas, balada, maxixe, jazz “Bolero” e samba-funk, todas de autoria de Pirulito da Vila, com exceção da música que dá título ao Cd, uma parceria com Thelmo Lins, o trabalho vem com um time de peso do cenário musical mineiro: Danilo Abreu (piano), Milton Ramos (contrabaixo), André Limão Queiroz (bateria), Augusto Rennó (guitarra), Sérgio Rabello (violoncelo), Pirulito da Vila (percussão), Leonardo Barreto (sax soprano e sax tenor), Leonardo Brasilino (trombone), Juliana Perdigão (clarinete), e Regina Milagres, Mariana Brant e Silvia Maneira (vocais), além de uma participação vocal muito especial de Vander Lee, Isabella Michelini e do próprio Pirulito da Vila.
As músicas que compõe o Cd são: Falar de samba; Mercearia Paraopeba; Samba democrático (Samba do rico e do pobre); Toninho do Caju; Se liga, malandro; Tem alguém pior que eu; A alvorada do amor; Quem sabe assim; Bolero; Todos os santos; Terno do João e Samba Sambá Sambô.
Taí um bom presente de Natal para quem curte um trabalho musical de excelente qualidade.
Contatos: thelmoagmlins@gmail.com – Cel: (31) 9991.6633
Visitem os sites: http://www.sambasambasambo.blogspot.com/http://www.myspace.com/thelmolins - http://www.myspace.com/pirulitodavila -

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

“Mais Infinito”: ineditismo com uma proposta de “desautoria”







Costumo dizer que o artista para se profissionalizar, na maioria das vezes, passa por três fases: a primeira é quando ainda é um iniciante, pois é desprovido de vaidades e estrelismos; a segunda é quando torna-se consagrado, aí torna-se também um chato, até insuportável de se relacionar; a terceira fase é quando passa pela segunda fase e amadurece, voltando assim a primeira fase, ou seja, voltando a ser desprovido de vaidade e estrelismos. Não sei se os autores aqui em questão passaram por essas três fases, mas posso afirmar que publicar um livro assim, com um ineditismo da poesia dasautoral, despidos de qualquer vaidade e sem assinar um poema sequer, deixando ao leitor, descobrir por si só quem é quem, ou até mesmo dando parceria aos outros autores do livro, é para se tirar o chapéu.
Antes de tudo, “Mais Infinito” (Casa do tempo) dos poetas Rodrigo Lodi, Márcio Sampaio, Marcos Pedroso e João Paulo Gonçalves da Costa é um livro de poesia da mais alta qualidade do que podemos chamar de verdadeiramente poesia. Os poemas aqui contidos são, na maioria, intimistas e seus versos falam por si só. Aqui os poetas se doam, mesmo com a sua poesia pessoal. Vejamos então, já que são quatro poetas, quatro poemas para que possamos nos deliciarmos com uma poesia que mexe na alma do leitor:

FUGA EM DÓ MAIOR

Lembro-me bem de você
enquanto se afastava
pelo meio da rua
arrastando a minha asa
que já não cabia nos seus olhos,
você dobrava a esquina
procurando a ilha,
não a presa,
no horizonte
interminável
dessa noite


INSÔNIA

Solidão é verbo,
Colisão.
Corpo versus guardanapo.

LEMBRANÇA

Ela telefonou
por volta da meia noite.
Esquecera de avisar
viajaria no dia seguinte.

Antes de despedir
disse ser boa a lua cheia
daquele mês – abril, talvez maio.

Por via das dúvidas ele deixou
um copo d`água perto da cama.

Para que tentar entender tudo.

ESPERA

bebi tua sede.
represa.

Pouco
te aguardo.

A não assinatura individual de cada poema faz com que o mesmo seja a estrela maior da obra, mais até do que o autor e convenhamos, poetas sem vaidade de receber elogios pela sua obra individualmente, é realmente uma coisa inédita na história da nossa poesia. A sensibilidade individual neste “Mais Infinito” é antes de tudo, humanamente poética: “Sob os olhos cada\vez mais perto – as\formigas não se cansam\de ir e vir\em fileiras compridas\do tamanho do tronco caído\na terra e continuam\alheias – às brancas sobrancelhas\e às nuvens escuras\que depressa se aproximam.” Alguns poemas nos lembram versos chicobuarqueanos numa linguagem da fresta: “Ali no jardim\as pessoas se reuniam em pequenos grupos\e conversavam tão baixinho que parecia\ter alguém fazendo difícil prova\dentro de casa.” A ausência biográfica talvez seja intencional, para que nós, leitores, possamos identificar (quem sabe) o autor de cada verso – ou será que foram mesmo escritos a oito mãos?
“Mais Infinito” é um livro de poesia e das melhores, um livro que com certeza pela simplicidade de seus versos, agradará ao leitor, desde o crítico (se é que existem críticos, já que ninguém é dono da verdade absoluta para afirmar o que é e o que não é...) mais exigente, ao leitor que pouco lê poesia.
Nesse comentário de simples leitor de poesia, posso afirmar li, reli e gostei de “Mais Infinito”, que na minha humilde opinião, é um dos dez melhores livros de poemas publicados em 2011.
João Paulo Gonçalves da Costa é autor dos livros "Cara e Coroa" e "A Lua entrando em Aquário". Foi um dos fundadores do Grupo PTYX de Arte e Literatura. Também participou, ao lado de Murilo Rubião e Márcio Sampaio, da criação do jornal Suplemento Literário. Por inúmeras vezes seus poemas ganharam publicações em jornais e revistas.
Marcio Sampaio é pintor, curador e crítico de arte. Foi professor da Escola de Belas Artes da UFMG, e tem vários livros publicados de poesia, ficção pra crianças e ensaios de artes plásticas, com alguns prêmios e distinções nessas áreas de atuação. Também participou do Grupo PTYX de Arte e Literatura. Sua obra está registrada no livro “Declaração de Bens”, editada em 2010.
Marcos Pedroso escreveu os livros “Recorte dos Olhos”, “Estivais” e “Acabou”. Os dois últimos foram publicados na Inglaterra, Alemanha e Suíça. Colaborou com poemas e artigos diversos em jornais do país e exterior, com destaque para o “The American Poetry Journal”, dos Estados Unidos.
Rodrigo Lodi segundo ele mesmo é “Poeta sem currículo, sem sentido ou direção. De poucas palavras, somente o rangido das asas e a vontade de azul. Não sou Pessoa, sou gente. Escrevo porque o peito foge. E a palavra fica.”
“Mais Infinito” tem projeto gráfico da capa de Conrado Esteves, sobre foto de Rodrigo Lodi; projeto gráfico de miolo e editoração eletrônica a cargo de Conrado Esteves e revisão de Cristina Esteves.
Contatos poderão ser feitos através de Rodrigo Zavagli: livromaisinfinito@gmail.com ou pelo telefone: (31) 8489.7839.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Recomendo...


























































Comento sobre os trabalhos de dois poetas mineiros, que recentemente lançaram seus livros e vem reunindo admiradores por onde passam, são eles: Irineu Baroni com o seu Poetisa e Rodrigo Starling com Nós e outros poemas.




NO CORAÇÃO DO “POETISA”




Por ser mamífero, o ser humano é bastante emotivo daí, talvez, o motivo pelo qual, décadas vão, décadas vem e o tema sentimento não se esgota nas criações artísticas. Ao ler Irineu Baroni, poeta da geração pós 80, que publicou seu livro de estreia pela Paco Editorial, de Jundiaí\SP, intitulado Poetisa fiquei refletindo sobre as multidões que veneram o rei Roberto Carlos e também em jovens e adultos da atualidade que curtem a balada romântica do Jota Quest: “quero um amor maior\um amor maior que eu\(...) pra saber se é amor\magoarei mesmo assim\ mesmo sem querer\pra saber se é amor\eu estarei mais feliz\mesmo morrendo de dor(...)” Baroni é um poeta moderno, não se prende a estilos, é livre, poético, emotivo...Por certo, muitos que leram esse livro, o qual teve uma excelente distribuição e venda, enxergaram preciosos detalhes no contexto dos poemas. Ressalto, entretanto, que Poetisa traz interessantes nuances do Romantismo: intensa valorização do amor, sentimentos de melancolia, solidão, religiosidade...Com a sensibilidade à flor da pele Baroni, sem reservas, deixa escorrer seus sentimentos num mar de emoção. Observem seu poema “Trapos”: “Num turbilhão de vidas, sem sentido,\Te encontrei...\Trapos desencontrados, apaixonado,\Te amei...\ Em busca de um caminho, atordoado,\Chorei...\Atordoado, apaixonado, sem sentido...\Perdido num caminho sem fim,\Errante, como tantos poetas,\Morrerei”. Observem este: “Era uma vez...\menina carente\em busca de luz\(...)\Surge em sua vida\um príncipe querido\e o amor desperta\(...)”. Há ritmo em seus versos: “(...)\os violinos choram,\pranteiam dor e sofrimento.\As mãos trêmulas\se entrelaçam\como nervosos mariscos\fugindo das redes malditas.\Os tambores rufam, as ondas quebram,\a melodia invade a alma...”
Com talento, o autor brinca com as palavras e constrói sonoridades verbais: “Toda Maria\Maria Atoa\Ria Toda\Maria Ria Atoa Toda...\Maria Doa Toda\Toda Dama Maria\Doa Rima\Ria Dama Trama Maria...\Maria Tira Dia\Atoa Maria Mira\Tara Trama Mira...\Ria Dama Ria Toda\Ria Rima Maria Ama\Maria Dama Ama...”Fala de tudo um pouco, inclusive de esperanças e fecha seu livro com um doce saudosismo, que pode levar o leitor a imaginar até onde irão as lembranças do autor: “Um lágrima brotou em teus olhos\e desceu pela tua face...\e naquele breve momento,\de beijos e abraços\com carinho e ternura,\nasceu a saudade.\que transformada em lágrima;\já doía...\(...)\doeu uma dor infinita,\sentir no teu abraço\o desejo de vir;\ficando...”Dos 73 poemas de Poetisa brotam sentimentos, muito íntimos, desse sensível autor.
Um livro que recomendo. Pela sensibilidade e competência poética do autor.
Irineu Baroni, descendente de italiano, nasceu numa fazenda de um lugarejo chamado Vargem Linda, no interior mineiro. A fotografia é uma aliada à sua “veia” poética, pois ele a considera a expressão da poesia em imagens... Cadeira 16 da Real Academia de Letras (Ordem da Confraria dos Poetas – Brasil. Participou de publicações em diversas Antologias: Uma História No Seu Tempo, Elo de Palavras, Enigmas do Amor e Encontro Pontual (21ª. Bienal internacional do livro de São Paulo em 2010), (Editora Scortecci); Poetas En/Cena2, Poetas En/Cena3, Poetas En/Cena4 e Poetas En/Cena5 (Belô Poético); Galeria Brasil 2009, Sonetos Eternos e Fronteiras, Realidade ou Ficção?, Agenda Literária 2011, (Editora Celeiro de Escritores), Poesia na Praça Sete, (Lei Municipal de Incentivo à Cultura), Antologia Literária Internacional Del Secchi vol. XX (RJ), Revista Caderno Literário (BH), Varal Antológico, publicado por Jacqueline Bulos Aisenman (Suíça), Antologia Palavras sem Fronteiras (Buenos Aires) e Antologia da Real Academia de Letras (Porto Alegre).




NÓS E OUTROS POEMAS: DE RODRIGO STARLING




Em Nós e outros poemas (Selo Editorial Starling), Rodrigo Starling nos apresenta uma obra poeticamente ousada, por misturar-se entre o arcaico e o moderno, o sacro e o profano, o lógico e o surreal. Consciente, o autor não se propõe à nada de novo com esse livro. Importante ressaltar que reconheço que já me equivoquei em comentar sobre possíveis experimentalismos, que não chegam a ser inovações poéticas; hoje revejo certos trabalhos e percebo que não tem consistência para tanto. Muitos vem tentando, sem sucesso; pois desde A luta corporal, do poeta Ferreira Gullar, livro publicado em 1954, no qual o poeta quebra a poética; nada, mas nada de novo mesmo surgiu (com exceção da Poesia Concreta, logo após). Vivemos pois, na mesmice desde a década de 50. Há na poesia de Rodrigo Starling (que não se parece à nenhuma outra, por ter identidade própria) uma agressividade lírica e doce, que atinge o leitor em cheio, com metáforas bem criativas. “(...)\Nós,\que acordamos com a enxada nos dentes\e almoçamos à trítono\o clitóris urbano\(...)”Poesia que em certos momentos nos parece conservadora aos extremos, noutros avança o sinal vermelho ao dizer: “Ateio fogo nas tradições\ateio novamente (de roldão)\ate(i)u, ainda que me queima\teu olhar inquisição”Com uma amorosidade erótica, entra profundamente no “dantesco” (de Dante e seus infernos) e ecologicamente verseja: “(...)\Morderei seu ar-\Busto a secar a seiva\D`árvore impura\(...)”O poeta coloca-se num grau de liberdade mor com sua poética e ao rebelar-se alcança, sim, um amadurecimento no seu liberto poetar; ao explodir-se em nove páginas, num longo e propositalmente cansativo poema, intitulado inteligentemente de “Cansei”. Esse, para mim, o melhor poema do livro, pelo lírico nocaute na falsa hipocrisia que permeia o universo poético e humano.Em “Ejaculatórias” passeia pelo clássico, rimando, por exemplo, amor com labor, sem perder em qualidade. “Porto de partida” é um poema que nos parece um fado poema, um trabalho bem lapidado, digno dos grandes poemas.Em “BH Flâneur” sentimos um quê de saudosismo, lirismo e melancolia. Nele, o autor ousa uma rima sonora, rimando a palavra “estátua” com “mágoa”.Com o lançamento de Nós e outros poemas, Rodrigo Starling inaugura também o Projeto Livro Sustentável. Trata-se uma ideia inovadora que visa alinhar o conceito de sustentabilidade, pauta nas agendas nacionais e internacionais, como proposta para o rebranding - “esverdeamento” - do mercado editorial. O projeto apresenta os seguintes objetivos estratégicos: baixo custo na publicação e distribuição das obras (eixo econômico); doação de percentual das vendas para uma organização sem fins lucrativos (eixo social); utilização de fontes mistas ou recicláveis (eixo ambiental).Em sua primeira edição, a entidade contemplada será a Oficina de Produção Artística – OPA! em que Rodrigo é o idealizador e atual presidente. Fundada em 2004, a OPA! é uma entidade civil sem fins lucrativos que tem por princípio e finalidade estimular o ensino, aprendizagem, pesquisa e promoção de atividades na área de cultura e educação, aliando ações de responsabilidade social e voluntariado a programas para a geração de renda. A organização, que também está alinhada aos conceitos de sustentabilidade, tem contribuído para a formação de um novo profissional no mercado: o Artista Empreendedor.Rodrigo Starling, que é natural de Belo Horizonte. É filósofo e poeta. Publicou anteriormente quatro livros: Paz: o começo (2002), Alea Jacta Est (2003), Breviários do Cárcere (2004) e Confessório Ardente (2006). Figura nas coletâneas Terças Poéticas (2006) e Poesia na Praça Sete (2006-2009). Co-fundador da banda de Rock Progressivo Nebula Dux, teve o poema Prelúdio musicado em single homônimo de 2004. Em 2008, recebeu Menção no Prêmio NOSSIDE, maior concurso de poesias inéditas do mundo, promovido pelo Centro Studi Bosio, Itália. O Prêmio faz parte da UNESCO World Poetry Directory e da Alianza Global para la Diversidad Cultural. Em sua 24ª edição, contou com participantes de todos os Continentes, provenientes de 40 países em 29 línguas. Rodrigo é voluntário em entidades nacionais e internacionais, tais como o VIDES (Voluntariado Internacional de Desenvolvimento e Educação Social do Brasil) e o COEP (Comitê de Entidades no Combate a Fome e Pela Vida), tendo atuado, respectivamente, como Presidente (2009-2010) e Secretário Executivo Adjunto (2008-2010). Em 2009, integrou a Coordenadoria de Iniciativas para a Sustentabilidade da AIESEC BH, entidade com status consultivo junto à ONU. Ainda em 2008, foi agraciado com a “Medalha do Mérito Resgate da Cidadania”, em cerimônia realizada na Câmara Municipal de Belo Horizonte. É pós-graduado em Gestão de Políticas Sociais (PUC Minas) e mestrando em Ciências Políticas pela ULHT, Portugal. Atualmente é coordenador de projetos sociais do Instituto de Gestão Organizacional e Tecnologia Aplicada – IGETEC.É visível o crescimento criativo e literário de Rodrigo Starling. Nós e outros poemas é um livro rico, forte, belo, ousado e instigante, escrito por um poeta consciente do que deseja realmente dizer ao leitor. Por isso pode com certeza, figurar entre os grandes livros de poemas publicados em 2010. Vale muito sim, a pena ler.





Contatos: Irineu Baroni: irineubaroni@globo.com



Rodrigo Starling: rodrigostarling@ig.com.br















domingo, 13 de fevereiro de 2011

O Dossiê Rubicão: ficção cheia de mistérios e realidade




“- Quem morreu?
O obituário do dia, escrito pela Editoria de Cultura, apontava o ator inglês Francis de Wolff.
- Nunca vi mais gordo, disse para si mesmo.”

Ramiro Batista, escritor de sensibilidade e talento, pesquisador sério, crítico, inteligente... Um nome respeitado, que muito promete.
Não sei se já passou pela cabeça de Ramiro, mas ao ler a sua obra de ficção, O Dossiê Rubicão – Quando a morte assume o poder (Editora Batel), preenchida de fatos reais, desejei que a mesma fosse parar em mãos certas, para ser transformada numa importante minissérie da TV brasileira ou, quem sabe, num longa metragem.
O magnífico trabalho, com suas interessantes e muito bem escritas 512 páginas tem como pano de fundo, o período de lutas pelas eleições diretas no Brasil.
O romance traz instigantes e intrigantes doses de sexo, poder, drogas, traições, frustrações, investigações policiais, reflexões jornalísticas, interesses pessoais, políticos e financeiros e, entre as inúmeras sutilezas que permeiam essa obra literária, certos momentos regados a Campari.
A obra é rica em detalhes: descrições minuciosas sobre a atmosfera dos anos 80, sensações utópicas de uma fase, particularidades do jornalismo brasileiro e, entre outros, importantes fatos históricos da época.
O Dossiê Rubicão – Quando a morte assume o poder é um livro indispensável aos jornalistas veteranos e, principalmente, aos iniciantes. Também aos mestres, estudantes e estudiosos da disciplina História e aos que acham importante entender o passado para compreender o presente.
Uma livro de agradável leitura, cheio de mistérios, que tem um desfecho muito interessante, o qual finaliza com uma carta deixada ao protagonista do romance, Gustavo Guerra, pelo seu coadjuvante, Leon Machado. Carta com um teor poético marcante, que me fez lembrar o “Último discurso” de Charles Chaplin.
Ramiro Batista é formado em jornalismo e Literatura e vive em Belo Horizonte/MG com a mulher e filha. Trabalhou no jornal Estado de Minas e nas assessorias de imprensa da Secretaria de Estado da Cultura, da UFMG e da Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais, onde, como funcionário de carreira, dirigiu a TV Assembléia e a Diretoria de Comunicação Institucional.
Com capa de Júlio Lapenne, sobre foto de Orlando Brito, O Dossiê Rubicão – Quando a morte assume o poder é um livro surpreendente, um trabalho literário de altíssima qualidade, que merece ser lido por todos que desconhecem essa parte da história recente do nosso país, e até mesmo por aqueles que buscam um excelente romance, como entretenimento para alguns finais de semana. Indico a você, leitor.
Contatos com o autor: odossierubicao@gmail.com – Site: http://www.odossierubicao.com.br/

sábado, 15 de janeiro de 2011

Aconselho-te crueldade e Viavária: sensiblidade aconselhável no ofício do escritor




























Acabo de ler e comento com muita emoção, de Fernando Fábio Fiorese Furtado, o livro: “Aconselho-te crueldade” e de Iacyr Anderson Freitas: “Viavária”, ambos publicados com os recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Juiz de Fora - Murilo Mendes.

“Aconselho-te Crueldade”, primeiro livro de contos do poeta e escritor Fernando Fábio Fiorese Furtado (Nankim Editorial\Funalfa Edições), um trabalho literário, sem exageros, espetacular!
Espetacular, principalmente, pela complexidade artística extraída do universo teatral, cinematográfico, filosófico... e, sobretudo, poético. Criação arrojada, que deu vida a personagens extremamente humanos: intrigantes, perceptivos, neuróticos, sensuais, enigmáticos, brincalhões... tão comuns, tão reais, preenchidos de poesia: Ulisses, Alzirinha, Darcy, Tia Nininha, Dr. Basílio, Tia Ritinha, Tia Olinda, Humberto, Ruth, Ana, Paulo Preto, Julinho, Dudu, Nando, Minervina, Zé do Amaro, Antônia, Capitão Bastos, D. Geralda, Teresa, Nuno, Frederico, Cláudio, Carla, Otto e tantos outros.
Além do foco em personalidades tão marcantes: Heráclito, Baudelaire, Kafka, Clarice Lispector, Drummond, Rubem Fonseca, Emily Dickinson, Proust, Augusto dos Anjos...
Quatorze contos permeados de questionamentos, reflexões, vivências, risíveis circunstâncias, ironias... Descrições tão bem examinadas, imagens que instigam, perturbam, divertem... e, principalmente, deixam escorrer um lirismo que suaviza muitos dramas e anseios humanos.
Admiro a maneira com que Fiorese conversa com os seres inanimados de sua escrita, personificando-os no perfeito momento em que os mesmos solicitam, desejam e/ou exigem.
Todos os contos são muito interessantes, destaco: “Um terno para K” – maravilhoso! Mesmo quem pouco conhece o incrível Molière sentirá a prazerosa inspiração tão bem dirigida.
A sensação que tive ao ler “Aconselho-te Crueldade” foi a de constante movimento: um pulsar envolvente de ritmos muito bem selecionados, organizados, que geram emoção ao leitor/expectador, tal qual a trilha sonora de um bom filme. Enfatizo, portanto, a agradável atmosfera mineira que envolve a maior parte dos contos. Uma leitura muito estimulante.
Um livro que recomendo a todos que gostam de vida, poesia, da arte de viver e das artes em geral.

Senti em “Viavária” (Nankin Editorial\Funalfa Edições), livro de poemas de Iacyr Anderson Freitas, que o prazer da poesia é, muitas vezes, o de ser esculpida em sacrifício.
Nesse livro o autor de “Viavária”, reconhecido como um dos grandes nomes da poesia contemporânea brasileira, se faz cúmplice das rimas, as quais não se deixam intimidar pelo rigor que exigem os versos. Consciente de seu processo de criação, transpira emoção e se entusiasma com a técnica, sem nenhum receio dos chamados vanguardistas. Sua escrita é tão intensa, que os efeitos textuais sonoros parecem querer cantar em nossos ouvidos.
Os dez capítulos poéticos, que trazem vários poemas, conforme o livro é estruturado, são muito interessantes e de agradável leitura. Destaco um pouquinho desses capítulos, para afirmar o expressivo conteúdo do livro:
“Álbum de Retraços” – “O poeta louva sua escrivaninha”: “Penso às vezes: sobre ti\quanto de mim foi escrito?\Livros que fiz ou que li,\longas laudas em conflito?\(...)”. Tão impressionante que consigo ver os sentimentos dos objetos.
É pura alma, quando fala de saudades, no belíssimo poema para o Chico Lins: “Mais que teu livro, guardo comigo\o rastro da tua morte,\o amor que não conhece o perigo\de estar além do que a mão suporte.\(...)\Se não partistes assim, tão brusco.\Agora esse janeiro há de estar\preso à memória, no lusco-fusco\onde findam as horas sem par.\(...)”.
Em “Quilombo” escreve como um abolicionista indignado, apaixonado, sedento de justiça, de verdades e deixa escorrer em seus versos: resignação, agonia e as dolorosas dores dos irmãos de Zumbi do Palmares: “Não poderá ser livre\quem luta entre muralhas\e sofre ao defendê-las\de canhões e canalhas.\Nenhuma liberdade\foi feita para os guetos,\para os pobres de sempre,\mulatos, índios, pretos.\Logo, aqui se tem\o quilombo possível\de quando a liberdade\teima em baixar de nível.”
Com “Das cidades em fuga” confirma com precisão e muita criatividade a sua arquitetura poética e me faz lembrar dos seguidores de Moisés, homens difíceis, de areia, desertos, em busca da terra prometida. São essas cidades que estão fora e\ou entranhadas dentro de nós. Vejamos: “Cidades não se fazem\com nenhum improviso.\O que parece vago\teve traço preciso.\Não existe surpresa,\acaso ou acidente.\Só a justa medida,\melhor se inconsciente.\Só o fluxo, a rotina\de entrever o já visto\e dele retirar\até o último cisto.\As pessoas não fundam\as cidades que alinham: fazem-nas com o barro\que elas mesmas continham.”
Encerra, portanto, com dois testemunhos poéticos, numa total expressão de sentidos, com o que é sentido, com aquilo que dá sentido e com o talento de um poeta conscientemente sensível: “Uma coisa é sentir o corpo\quando tudo em volta é gelo e bruma,\outra coisa é não ter o corpo,\apenas o frio vapor\que a morte esfuma.\Perder tudo\menos a lembrança\de uma sombra qualquer de quaresmeiras,\de lenhas fumegando, de um cesto\de pão sobre a mesa, da hora breve\de um banho, do beijo trocado\entre vitrais de espera, Perder tudo,\menos a memória da perda,\isso sim é estar\sem eira nem beira,\tendo apenas\a perda\por companheira.”
Um livro curioso, cheio de emoção.

Fernando Fiorese nasceu em Pirapetinga, Zona da Mata Mineira, no dia 21 de março de 1963. Residindo em Juiz de Fora (MG) desde 1972, participou do grupo de poetas, escritores, artistas plásticos e fotógrafos que, durante os anos 80, editou o folheto de poesia “Abre Alas” e a revista “d’lira”. Poeta e contista, tem três livros de poesia publicados, e ainda o ensaio "Trem e cinema: Buster Keaton on the railroad" (1998), além de contos e poemas em coletâneas, antologias e periódicos do Brasil, Itália, Portugal, Argentina, Espanha e Estados Unidos. Doutor em Semiologia pela Faculdade de Letras da UFJF e professor da Faculdade de Comunicação e do Mestrado em Letras da UFJF, desenvolve pesquisas nas áreas de Imagem e Literatura, com publicações regulares em coletâneas de ensaios e revistas especializadas. Em co-autoria com Iacyr Anderson Freitas e Edimilson de Almeida Pereira, publicou em 2000 a antologia poética bilíngüe (português/castelhano) "Dançar o nome", acompanhada de um CD com a leitura dos poemas pelos autores. Tem no prelo "Corpo portátil e poesia anterior", que reúne os seus livros de poesia escritos entre 1986 e 2000.

Iacyr Anderson Freitas nasceu em Patrocínio do Muriaé\MG, em 1963. Formado em Engenharia Civil pela UFJF, obteve também, pela mesma instituição, o título de Mestre em Teoria da Literatura. Publicou diversos livros de poesia, ensaio literárioe prosa de ficção, tendo recebido várias premiações no Brasil e no exterior. Sua obra se encontra bastante divulgada em outras línguas e países (Argentina, Chile, Colômbia, Espanha, estados Unidos, França, Itália,, Malta e Portugal). Além de colaborar intensamente na imprensa brasileira, já publicou poemas e textos críticos em “Arquitrave” e “Comum Presencia” (Colômbia), “Fokus” (Malta), “International Poetry Review” (USA), “Los Rollos del Mal Muerto” (Argentina), “O Comércio do Porto” e “Saudade” (Portugal), “Private” ), “Punto di Vista”, “Ricerca Research Recherche” e “Semicherchio” (Itália), “Rimbaud Revue” (frança) e “Serta” (Espanha).

Contatos com Fernando Fábio Fiorese Furtado: fernando.fiorese@acessa.com.
Contatos com Iacyr Anderson Freitas: iacyrand@yahoo.com.br e iacyrand@gmail.com.

Capas dos livros: Ozias Filho – Foto dos autores: Beatriz Colucci